quinta-feira, 24 de março de 2016

Pesquisa sobre conhecimento e posicionamento econômico - Resultados

Economia. Junto com a nutrição, talvez seja a ciência mais impactada pelas emoções das pessoas que as discutem. É inerente a nós humanos querer acreditar naquilo que nós gostaríamos que fosse verdade. Você faz isso. Não se culpe, todos nós fazemos. Nós podemos, cientes disso, tentar artificialmente controlar nossos impulsos e isso é perfeitamente possível, mas é certo que estes impulsos existem e que são bastante fortes.

Por exemplo, se alguém afirma para um leigo: Eu vou aumentar o salário mínimo para 3000 reais e seu problema será resolvido. O leigo tenderá a querer acreditar nessa pessoa. Ela realmente gostaria de ganhar 3000 reais em vez de 880 e essa mentira conveniente tenderá a contar com bastante aceitação. É assim que trabalham diversos charlatães em diversas áreas de nossa sociedade. Da mulher dos búzios que promete a pessoa amada de volta até as pessoas que criam teorias empolgantes sobre a possibilidade de ETs vivendo entre nós. Esses charlatães estão em todas as áreas, inclusive na economia.

Em muitas áreas é mais difícil ser charlatão pois é possível fazer experimentos controlados em laboratório que atestam que você ou sua ideia são uma fraude. É o caso das ciências naturais como física, química ou biologia. Mas nas ciências sociais, não é tão fácil isolar assim as variáveis. Em física eu posso atirar duas bolas uma contra a outra e ver o que acontece com elas. A velocidade, posição, se elas se quebram, se amassam, e por aí vai... Nas ciências humanas eu não posso simplesmente criar duas sociedades iguais, uma com socialismo e outra com capitalismo e ver no laboratório se alguma das duas vai dar certo ou errado. Só nos resta observar a realidade e, com todas os fatores externos que podem ter influenciado o resultado, tentar distinguir os verdadeiros significados desse "experimento". Fazer esse julgamento sem ser influenciado por nossas crenças ou desejos do que deveria ser real é extremamente difícil de se fazer. É sobretudo extremamente raro.

Estamos inundados de pessoas que já tem sua opinião formada sobre um assunto e apenas buscam fatos para comprovar que o que elas acreditam é verdadeiro. Pessoas que ignoram evidências e fatos inconsistentes com o que acreditam e saem compartilhando qualquer coisa que seja a favor, mesmo que as fontes sejam pra lá de duvidosas.

Na economia esse fenômeno é gritante. Por isso me estendi tanto nessa introdução. Quero aqui antes dizer que não sou economista e até muito pouco tempo meu conhecimento de economia era ainda muito menor (posso até falar um pouco disso em outro post) mas, pelo que posso perceber, estou entre poucos que estão buscando aprender um pouco mais e esse pouco que tenho aprendido tem me feito perceber o quanto estamos imersos em ignorância nessa área. Justo nessa área que é uma das que norteia as principais decisões das nossas vidas individuais e de nossa sociedade como um todo. Ao perceber isso me senti um pouco aflito e quis de alguma forma medir a quantas andava nosso conhecimento econômico hoje para poder ter uma ideia melhor de qual o tamanho de nosso abismo. Claro que na condição de não economista e apenas recente aprendiz autodidata não sou a pessoa mais indicada a realizar esse tipo de pesquisa. No entanto, como não pretendia fazer nada científico, como queria apenas para ter uma ideia bem geral e não achei nada disponível na internet parecido com o que eu queria exatamente ver, resolvi eu mesmo criar a pesquisa. É claro que a mesma deve ter muitas perguntas que poderiam ter sido bem melhor formuladas e que as alternativas poderiam ter sido melhor escolhidas e que as perguntas poderiam também ter sido melhor escolhidas, etc, mas, apesar dos defeitos, acho que ainda assim a pesquisa trouxe alguns resultados interessantes que permitem iniciar algumas boas discussões e gostaria de divulgá-los com todos vocês. Segue abaixo os links com os resultados:

Estatísticas

Dados brutos

As estatísticas mostram as perguntas e os resultados em forma de gráfico de pizza. São dados de fácil visualização e interpretação.

Os dados brutos são uma planilha com todas as respostas. Esse formato permite que você faça análises mais detalhadas de acordo com seu interesse. Pode-se obter resultados bastante interessantes fazendo alguns filtros e pretendo fazer isso assim que puder.

Antes de encerrar essa postagem gostaria de agradecer imensamente ao Canal do Pirulla por ter feito a divulgação da minha pesquisa em sua página. Quem não conhecer o trabalho dele no Youtube, eu recomendo fortemente. Divulgação científica de extrema qualidade e outras coisitas mais. Pra quem quiser conhecer, veja alguns vídeos dele.

Aqui está o link pro seu canal: Pirulla no Youtube.

Quase 100% dos respondentes da pesquisa vieram da gentil indicação dele e assim o público respondente da pesquisa se confunde com o público dele. Como nunca tive nenhuma pretensão que minha pesquisa fosse representativa do povo brasileiro, não considero que isso atrapalhou de forma alguma meus intentos ao fazer a pesquisa, pelo contrário, achei ótimo que obtive muito mais respostas do que esperava (quase 2500). Como Pirulla é um cara que não costuma ou evita se posicionar no tema economia/política em seu canal, creio que esse apoio partir dele foi ainda mais interessante, pois deixou a amostra bem dividida entre pessoas com pensamento mais liberal e intervencionista. Se algum outro canal, que se posiciona de maneira liberal economicamente falando, ou o contrário, tivesse feito a divulgação, é bem possível que minha pesquisa ficasse ainda mais enviesada do que já é inerentemente. Então foi ótimo que justo ele tenha feito essa divulgação. O que eu queria mesmo era muitas respostas e foi isso que consegui. Valeu Pirulla!

Então é isso. Se interessar a alguém, pretendo em breve publicar uma avaliação minha dessa pesquisa nesse mesmo blog. Enquanto isso, deem uma olhada nos resultados e aproveitem os dados da forma que bem entenderem. Os dados estão públicos e disponíveis para serem usados mesmo.

Agradeço também a todos que responderam gentilmente a pesquisa.

Grande abraço!

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